quarta-feira, 25 de novembro de 2009

RONDA DO QUARTEIRÃO: DEFINA-SE

O projeto Ronda do Quarteirão, surgiu com a filosofia de ser uma “polícia da boa vizinhança”, alto investimento foi realizado pelo Governo do Estado do Ceará para que, hoje, fosse uma realidade, porém a filosofia de trabalho dessa nova polícia parece-nos não estar bem clara nem para o Governo, nem para os policiais, nem para a população. O termo “polícia da boa vizinhança” nos dá uma idéia de polícia comunitária, ao lado do povo em beneficio da coletividade sendo mais um combate ao crime e ao descaso. Não se sabe se por empolgação temporal do surgimento do RONDA DO QUARTEIRÃO, muitos policiais se influenciam da figura de “Capitão Nascimento” para combater o crime, sendo repressivos, abusivos e muitas vezes desumanos, inclusive, com cidadãos inocentes que sofrem com o determinismo social por residirem em comunidades e logo são estereotipados como “marginais”. Doutra feita há aquele policial que é o oposto do acima narrado, o policial que se abstém de sua função de protetor da sociedade, se importando apenas em proteger as lanchonetes ao qual lhe alimentam o dia todo, todos os dias.Aliás, restaurantes e lanchonetes são pontos mais fáceis de encontrar uma viatura do Ronda. Investiu-se muito em roupas, em carros, em marketing em parlatorium, mas não houve um investimento eficaz na qualificação dos policiais, somente em efetivo policial já que um concurso foi realizado há pouco. Há um desaparelhamento na formação do policial, que se percebe ser um desaparelhamento da própria segurança pública do Estado do Ceará. O que é o Ronda do Quarteirão? É uma polícia da boa vizinhança, é uma tropa de elite da polícia ou é a mesma polícia de antes apenas com roupas novas? Percebe-se um sentimento de querer ser algo, mas ainda não passa da velha polícia de roupas novas e garotos lutando contra o crime. Jovens que ainda não tem controle sobre suas emoções, uma polícia que inverte sua função protetiva com o crime organizado a ponto do Governo do Estado vir à imprensa declarar que ira mandar produzir carrinhos de miniaturas para que as crianças não sintam tanto medo do Ronda. Ao que parece medo não faz parte de uma boa vizinhança. Se a filosofia é a do medo, então se assuma como uma força repressiva como foi o COE na década de 80 e assuma as conseqüências, fica mais fácil para o próprio policial entender sua função na Corporação. O Secretário de Segurança Pública declarou há alguns dias que esses erros operacionais que se observa e danos aos automóveis da polícia são causados por que quem os conduz são homens e por isso deverá ter erros; mas pergunta-se: se só há erros não é a hora de rever a filosofia de trabalho? Toda a sociedade é formada por homens e entender que os erros e a ineficácia do RONDA ocorre porque homens estão no aparelhamento não é justificativa para o mau planejamento do RONDA DO QUARTEIRÃO para Fortaleza.É aceitar que toda sociedade é falha, as sociedades são homens, logo toda a sociedade está errada.Esse é o ponto de vista do Secretário pelo que deu a entender. Hoje, a capital paga pela megalomania e a teoria da imitação, marca desse Governo que vive parnasianamente, na “arte pela arte” não se preocupando com o conteúdo que será oferecido a população. Aceitar o erro é o primeiro passo para o sábio conseguir o sucesso, é mais digno do que se amofinar numa falha.